Ao lado da corrida de rua, talvez a atividade que mais atraia o público seja o ciclismo. A modalidade - sétima colocada no ranking elaborado pela revista americana Forbes com os 10 melhores exercícios físicos para as pessoas praticarem - conquistou o posto por ser tratar de uma atividade de alto gasto calórico, com benefícios para os sistema cardiorrespiratório e importante para o fortalecimento muscular.
Seja indoor, como nas aulas de cycling das academias ou realizado nas ruas - a exemplo do que fazem os grupos brasilienses Pedal Noturno e Pelotão do Lago Sul -, o ciclismo tem uma vantagem em relação a corrida, na avaliação da revista: o menor risco de lesões, já que não há impacto direto para as articulações. O único problema, para quem se aventura nas ruas, é a possibilidade de tombos.
"Antigamente, era comum surgirem algumas lesões no joelho e na lombar por causa da prática. Hoje em dia, as bicicletas são ajustadas de acordo com o corpo de cada ciclista e isso ajuda muito", explica Vinícius Pereira, 24 anos, professor de cycling indoor e ciclista há 12 anos. "A preocupação agora é só quando você vai para rua. Tem de estar de capacete, roupa adequada e se atentar ao trânsito e ao terreno onde está andando para evitar possíveis quedas e acidentes", recomenda.
Para Vinícius, o principal benefício do ciclismo não está no fato de ser um bom exercício para ganhar condicionamento físico ou fortalecer os músculos e, sim, a liberdade de poder sair de dentro de uma academia ou lugar fechado para passear em parques, avenidas e até estradas. "Isso é o mais gostoso. Você não precisa ficar preso. Pode sair por aí e fazer os mais diferentes trajetos. Eu sempre vou com um grupo para Pirenopólis, Goiânia, é muito bom", comenta o professor.
Assim como Vinícius, o ciclista profissional Nilceu Santos - campeão da Copa América de 2005 a 2008 - cita a liberdade que o esporte trás como o ponto forte da modalidade. "A sensação de poder pedalar, de estar em contato com a natureza é a melhor coisa", diz ele, lembrando que a atividade proporciona também trabalho nos membros superiores. "Quando a gente está em uma subida, precisamos muito da força dos braços", garante o atleta.
Definição dos músculos
O treinador Cláudio Dieguesp, da equipe Memorial Santos , de São Paulo, uma das mais tradicionais do país, explica que o ciclismo trabalha os músculos inferiores, como perna e glúteo, e também os superiores, mas a atividade é feita indiretamente. "O ideal é a pessoa mesclar o ciclismo com a musculação. Assim, vai trabalhar o corpo de uma maneira geral", sugere Dieguesp. "Muita gente acha que, por ser uma atividade com um alto gasto calórico, o ciclismo atrapalha na hora do ganho da massa muscular. Isso não é verdade. A prática não vai fazer você ganhar músculos, mas também não faz perder. Ela ajuda a definir", explica o treinador.
Ranking da Forbes
1. Squash
2. Remo
3. Escalada
4. Natação
5. Cross-country Skiing
6. Basquete
7. Ciclismo
8. Corrida
9. Pentatlo
10. Boxe
Entenda os quesitos da eleição
» Força muscular: máxima tensão que um músculo ou grupo muscular consegue chegar, segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM).
» Resistência cardiorrespiratória: capacidade de utilizar oxigênio para gerar energia, expressa pelo VO2máx. Quanto mais, melhor!
» Resistência muscular: capacidade de resistir à fadiga, fazendo o maior número de contrações sem diminuir frequência, força, velocidade ou amplitude do movimento.
» Flexibilidade: amplitude de movimentação de uma articulação ao longo do movimento.
» Risco de lesões: risco de lesionar algum músculo ou articulação durante a prática do exercício.
» Gasto calórico: quantidade de calorias gastas para realizar os movimentos que a atividade exige.
Notas do ciclismo
Resistência cardiorrespiratória: 5
Força muscular: 3
Resistência muscular: 5
Flexibilidade: 4
Gasto calórico em 30min (431kcal): 4
Risco de lesões: 1
Capital do ciclismo
A servidora pública e educadora física Clarice Nader, 27 anos, é adepta do ciclismo há mais de sete anos. Começou por influência dos amigos da faculdade e, mesmo trabalhando como funcionária pública, não abandonou a modalidade. Tanto que até hoje dá aula de cycling em uma academia da cidade. "Faço por hobby mesmo e porque gosto muito", diz Clarice.
Na opinião da professora, se compararmos a corrida de rua com o ciclismo, teremos basicamente os mesmo benefícios em relação ao sistema cardiorrespiratório e fortalecimento muscular. O que diminui, no caso da bike, são os riscos de lesão. "Mas, para mim, o que vale a pena mesmo é a união da galera do ciclismo. Você pode reparar que nunca tem um ciclista sozinho, ele está sempre com um grupo. E isso é muito legal. Além disso, eu acho que aqui em Brasília a galera respeita o atleta. É bem tranquilo andar nas grandes avenidas, sem contar que é uma delícia sair de dentro da academia e dar umas pedaladas", afirma.
Fonte: http://www.df.superesportes.com.br/
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