Soler, emocionado, fala sobre recuperação
Mauricio Soler passou por alguns anos sem muitas conquistas e, em 2011, tinha esperanças dar a volta por cima. Na Volta da Suíça deste ano, ele estava na segunda colocação da prova, liderada por Damiano Cunego (Lampre-ISD). Disputava o título parelhamente, quando sofreu uma queda que quase lhe custou a vida.
Ficou meses internado até que, no início do mês, teve alta e pode voltar para a Colômbia, seu país natal. Ainda debilitado e com visíveis sequelas do gravíssimo acidente sofrido durante a 6ª etapa da prova, Soler se emociona ao conseguir falar claramente pela primeira vez sobre como se sente e contou sobre seus planos e ambições, traçados durante esta longa recuperação da queda que coloca seu futuro como ciclista em risco.
“Tudo que posso dizer é que consigo ver uma luz no fim do túnel. Tive dias muito difíceis e tenho lidado com isso com muita maturidade e fé. Consigo me alimentar e andar, mas sempre com a ajuda de minha esposa, pois sinto muita tontura”, confessou Soler.
O acidente ocorreu após o atleta ter esbarrado com um espectador da prova, o que o levou ao chão e causou um choque de sua cabeça contra uma barreira. “De acordo com médicos suíços, meu trauma foi muito sério. Não sei ao certo, mas tive próxima de 19 fraturas. Isto não é fácil e eu desejo muitas coisas, mas agora tudo é extremamente difícil para mim. Tudo o que eu quero neste momento é me recuperar plenamente. Me lembro de quando acordei do coma, na clínica e perguntei de minha bicicleta e sobre quando eu voltaria a pedalar, mas só cheguei a reparar depois de um bom tempo que o acidente havia sido realmente grave e a coisa mais importante para mim agora é estar vivo. Mais para frente Deus me dirá se eu deverei retornar às competições”, desabafou o colombiano, que afirmou não se lembrar de nada do acidente, mas apenas de sua vitória na prova.
Soler agradece à sua esposa e aos médicos pela ajuda e apoio ofertados para sua recuperação, mas afirma que uma pessoa, em especial, tem lhe dado força e motivação para continuar lutando: seu pequeno filho.
“Tenho vivido uma batalha todos os dias. Quando as coisas estão bem, às vezes não damos valor ao que temos, mas hoje eu enxergo a vida de uma outra forma . Tudo o que quero é me livrar dessa situação o mais rápido possível e aproveitar meu filho, que precisa de mim para crescer e minha família. O resto se acertará depois”, afirmou o colombiano.
Porém, Soler não deixou de ressaltar sobre a importância que o esporte tem em sua vida. “Serei sempre grato, primeiro por estar vivo e depois por ser um ciclista, pois por causa do ciclismo eu conheci diversos países pelo mundo e fui reconhecido e admirado. Tudo o que sou hoje eu devo a este esporte”, finalizou o atleta.
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