Para ter um melhor desempenho no pedal e obter o máximo de aproveitamento dos treinos, não há nada mais importante do que o repouso. É durante o tempo de descanso que recuperamos nossas energias e regeneramos nossa musculatura, tornando possível a próxima sessão de exercícios. Mas se engana quem pensa que descansar é o mesmo que ficar parado.
É comprovado cientificamente que se exercitar de forma leve durante o período de repouso ajuda na recuperação do atleta. É a chamada recuperação ativa, ou treino regenerativo, adotada por muitos esportistas e treinadores com o objetivo de diminuir e otimizar o tempo de descanso entre os treinos. De acordo com o coordenador do Laboratório de Fisiologia do Exercício da UFSCAR, Sérgio Perez, depois das provas e treinos nos quais o nível de lactato eleva-se bastante, a recuperação ativa facilita a remoção desse excedente de lactato mais do que o repouso.
“O objetivo principal, no período de recuperação, é oxidar este lactato, que resulta em água e gás carbônico, tirando a sensação de desconforto e de fadiga causada pelo exercício. A recuperação ativa acelera este processo, deixando o organismo pronto para a nova empreitada, ou seja, é necessário exercitar-se continuamente durante o período de recuperação”, explica o professor de triathlon Leandro Abete, que recomenda que o treino regenerativo seja feito após treinos ou provas onde uma maior intensidade foi exigida e houve um grande acúmulo de ácido lático.
Mas, para fazer a prática dar certo, é importante ter em vista alguns detalhes que ajudarão o ciclista em seu descanso ativo. O primeiro passo é praticar a modalidade à qual já se está habituado, “pois assim há o envolvimento dos mesmos grupos musculares facilitando a recuperação”, afirma Perez. No entanto, “buscar uma atividade para a qual não se tem um condicionamento específico poderá gerar mais desgaste, além de exercitar um grupo muscular diferenciado”, previne o Leandro.
Em segundo lugar, Abete recomenda, para atletas amadores, fazer a recuperação ativa com intensidades entre 35% e 45% do VO2máx, um indicador que pode ser obtido através do teste ergoespirométrico e que indica a capacidade do corpo metabolizar o oxigênio captado durante o exercício. Porém, pessoas com um condicionamento mais desenvolvido podem fazer um esforço entre 55% e 65% do seu VO2máx. Perez, apoiado em estudos publicados sobre o assunto, indica que se adote “intensidades de 30% a 50% da carga máxima exigida durante a prova ou treino”.
Por fim, e mais importante, é necessário respeitar o próprio condicionamento físico e não exceder os limites. Caso contrário, o atleta “poderá fazer o processo inverso, acumulando mais lactato, ou pode até mesmo caminhar para uma lesão”, adverte o treinador.
Fonte: http://prologo.uol.com.br/
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