Panizo quer correr o Pan e lutar pela Volta de SP
Aos 26 anos, Gregory Panizo (DataRo) se destaca como um dos principais nomes do ciclismo nacional. Bicampeão da Volta de São Paulo (2008 e 2010) e campeão Pan-Americano em 2011, título conquistado na Colômbia, o ciclista paranaense também integra a renovada seleção brasileira sob o comando de Hernandes Quadri Jr.
Panizo, que recentemente esteve na seletiva do circuito olímpico, admitiu a importância da experiência internacional para a equipe, ainda mais em um momento em que foi possível analisar o nível das demais nações presentes. Para se ter uma idéia, o campeão foi o britânico Mark Cavendish, velocista mais vitorioso da história do Tour de France.
Em entrevista ao Prólogo, Gregory Panizo, que ainda almeja um espaço no ciclismo profissional europeu, falou sobre o atual momento do esporte nacional, destacou os planos e ambições para o Pan de Guadalajara e o Campeonato Mundial, ressaltando as dificuldades com um calendário escasso e sem uma sequência de provas.
Prólogo: Qual avaliação sobre o circuito olímpico? E como foi encarar nações mais desenvolvidas no esporte?
Gregory Panizo: Bom, é um circuito estreito, principalmente, nos 60 quilômetros iniciais. É preciso ter cautela. Em relação aos outros países, acho que temos que melhorar muito nosso nivel de ciclismo. O ritmo que eles andam é muito forte, ainda mais por possuírem muitas provas top, o que faz com que tenham uma passada muito mais forte do que a nossa.
P: A seleção brasileira passa por uma reformulação. Qual a expectativa para o Pan e o Mundial?
GP: O Campeonato Mundial acho que o atleta mais preparado é o Murilo Fischer. Já compete na Europa e está correndo a Vuelta a España, ou seja, deve chegar bem rodado para a disputa. Agora nós, que competimos no Brasil, temos que encarar a realidade. O Mundial é complicado, mas o Pan oferece chances bem reais de uma medalha para o país. Temos que ver a data da Volta de São Paulo (15 a 23/10), pois parece que vai concidir com o Pan, o que é um absurdo. Queria brigar pela Volta, o que nos ajudaria a chegar com ritmo no Pan, mas pelo jeito o atual campeão vai ter que ficar de fora.
P: Isso quer dizer que você vai priorizar o Pan?
GP: Bom, ainda não conversei diretamente com meu chefe (Rogério Fagundes ) e nem com o Hernades (técnico da DataRo e da Seleção), mas acho que eles vão priorizar o Pan. Para mim é complicado, pois a Volta de São Paulo tem um valor especial. O problema é que os outros que vão reprentar o Brasil no Pan de Guadalajara (Murilo Fischer, Rafael Andriato e Gideoni Monteiro, provavelmente) tambem estão correndo. Aqui estamos sem corrida e fica dificil correr só o Pan. Precisavamos dessa Volta de São Paulo antes, seria ótimo para nossa preparação
P: Há perspectiva de uma mudança no calendário?
GP: Sim, demais! Vamos ver se os técnicos entram em contato com a Yescom (organizadora da Volta de São Paulo) para buscar alguma solução na questão de datas, pois nós atletas esperamos o melhor e espero que eles consigam algo. Eu mesmo também vou encaminhar um e-mail. É necessário.
P: Baseado nisso, você tem perspectivas de mudança no ciclismo nacional?
GP: Olha, mudanças podem acontecer, mas de imediato acho difícil. O ciclismo está melhorando. Acho que o nosso problema maior é não termos um calendário sólido. Tínhamos que ter mais provas; com datas próximas, para conseguirmos atingir um ritmo maior. Isso é o que dificulta e muito nosso rendimento. Só treino não resolve. Ficamos dois meses sem correr. O que mais temos são atletas com potencial.
P: Como é não liderar o ranking AmericaTour por apenas um ponto?
GP: Complicado. Não estou triste e nem bravo, pois isso mostra que tenho potencial e chances de vencer. Quem sabe na próxima temporada. Infelizmente, não temos mais provas com pontos para o ranking UCI (apenas duas nos Estados Unidos). Deixei de participar de três provas com ranking UCI e me arrependo amargamente.
P: E o fato do seu técnico de equipe ser o mesmo da Seleção? Ajuda ou atrapalha?
GP: Olha nem ajuda e nem atrapalha. O Hernandes esta sendo muito profissional nessa parte. Então, só vai mesmo que este bem condicionado. Não tem preferência. Isso é um fato não tem jeito.
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