Marco Coledan foi o terceiro colocado na primeira etapa do Tour
Foto: Marcio Rodrigues / Fotonet.com/Divulgação Juliana Rigotti
O ciclista Marco Coledan, da equipe italiana Trevigiani, foi expulso do Tour do Rio 2011 após uma denúncia de racismo. Coledan teria insultado o brasileiro Renato Santos, conhecido como Centenário, da equipe DataRo, de Foz do Iguaçu (PR). O caso ocorreu durante a quarta etapa da competição, realizada no sábado, entre os municípios de Teresópolis e Rio das Ostras.
Os dois começaram a discutir no momento em que ocupavam o mesmo pelotão, quando o italiano chamou Santos para fazer um revezamento. Murilo Ferraz, colega de equipe de Renato, conta que o italiano utilizou as palavras "negro lazarento" para se referir ao brasileiro. "Como eu corri na Itália no ano passado eu entendi o italiano e falei para ele que aqui no Brasil isso é racismo e que ele podia até ir para a cadeia", disse.
A decisão de tirar o italiano da competição foi tomada por unanimidade pela organização do evento. "Quando fui comunicada pela UCI (União Ciclística Internacional) fiz um levantamento geral e todos os atletas confirmaram. Ele (Coledan) inclusive confirmou que fez isso e afirmou ser comum na Itália", disse a empresária e idealizadora do Tour, Luisa Jucá.
Segundo ela, a situação foi resolvida rapidamente. "Em um momento como esse, não havia condições de ter um atleta que desrespeitou outro em um país onde isso é crime", completou a empresária. Renato ficou satisfeito com a punição. "O que ele fez é inadmissível. Eu queria que ele saísse mesmo", disse.
Além da penalidade na etapa deste domingo, a equipe Trevigiani está suspensa do Tour do próximo ano. "Quando eles aprenderem a se comportar como pessoas educadas, com civilização e sem preconceito, eles voltam à prova. Mas, por enquanto, não", afirmou Jucá.
Para Mirko Rossato, técnico da equipe italiana, a briga foi algo comum, que acontece com frequência nas corridas. "O brasileiro ofendeu primeiro e Coledan respondeu com uma palavra que aqui não se pode usar, mas que na Itália não tem importância nenhuma. Mas a expulsão foi uma decisão e nós aceitamos".
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