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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Mais um capítulo da novela da Equipe Scott

A notícia sobre a suspensão da equipe Scott/Marcondes Cesar/São José dos Campos correu o mundo e IGP, fornecedora das bicicletas Scott ao time, veio a público esclarecer algumas dúvidas.

A principal dela é que a parceria com a equipe se restringe ao fornecimento de quadros e que a IGP não se inclui entre os patrocinadores citados por Carlinhos Monteiro com problemas de repasse e causadores dos financeiros vividos pela equipe.

"Torço para que alguém dê o suporte necessário para a continuidade do projeto. É uma história vitoriosa e os meninos, que sempre defenderam a bandeira da equipe merecem", diz Giancarlo Clini, o diretor-geral da IGP , que complementa: "Acredito na boa fé e na vontade de todos em fazer um grande trabalho".

Com contrato até o final de 2010, Gian garante que só tem olhos para um final feliz do problema e ainda não pensa em como será 2011. Ele afirma que de forma alguma estes problemas serão decisivos na continuidade da empresa no ciclismo. "Podemos até replanejar nossos investimentos, mas sob uma ótica comercial/estratégica", conclui.



O técnico José Carlos Monteiro revelou que ainda sonha em manter a Scott para o restante da temporada. E apesar das dificuldades, ainda tem ambição de seguir com o projeto e cumprir seus compromissos com os patrocinadores do time.

Nesta quarta-feira, Monteiro explicou alguns detalhes relacionados a crise que assola a equipe Scott/ Marcondes Cesar/ São José dos Campos – suspensa das competições pela UCI no início da semana.

De acordo com ele, os problemas dentro do time começaram, ainda, no primeiro semestre, quando importantes patrocinadores abandonaram a equipe; acarretando um rombo financeiro no time do Vale do Paraíba.

“Sofremos com problemas de repasse. Dois patrocinadores não seguiram no projeto como o esperado, e acabamos com problemas financeiros”, afirmou Carlinhos.

Vários ciclistas enfrentam atraso nos salários desde então, e muitos cogitam deixar a equipe. A crise foi a público após o ciclista Luciano Pagliarini, em forma de protesto, abdicar do Campeonato Brasileiro em junho.

Dois ciclistas – Tiego Gasparotto e Renato Ruiz – conseguiram um acordo com o treinador para deixar a equipe; o primeiro acertou com a equipe de Pinda e o segundo com São Caetano.

José Carlos enfatiza que não irá liberar nenhum outro ciclista que tenha contrato com a equipe, até obter uma posição em relação a novos investidores.

“Desejo terminar a temporada com a dignidade. Vamos colocar a situação financeira em ordem e contamos com o apoio da Marcondes Cesar e da Prefeitura de São Jose dos Campos. Espero ter uma resposta positiva na segunda-feira.”

O técnico se ampara no respaldo da UCI (União Ciclística Internacional) para segurar os atletas, mesmo com os salários atrasados. A entidade exige que a saída dos ciclistas tenha a anuência do treinador, algo que ele reluta em fazer enquanto possuir esperanças na sequência da equipe.


Apesar do anúncio feito pelo técnico José Carlos Monteiro nesta quarta-feira, quando revelou ter condições de manter a equipe Scott e realizar uma reestruturação com a chegada de um novo investidor, muitos atletas já pensam em seguir novos rumos na carreira.

Depois de Tiego Gasparotto, que acertou com Pindamonhangaba, e Renato Ruiz, que assinou com o time de São Caetano, outros ciclistas devem deixar a equipe do Vale do Paraíba nos próximos dias.


Os atletas Magno Prado Nazaret e Nilceu dos Santos, acertaram contrato com a Funvic/ Sundown/ Pindamonhangaba – equipe Continental. O principal motivo da saída dos atletas foram os constantes atrasos no salário e as diversas promessas feitas pelo técnico José Carlos Monteiro, o Carlinhos.

Ambos aguardam a liberação por parte do treinador, já que a UCI (União Ciclística Internacional) abriu uma exceção e permitiu que os atletas pudessem competir por outras equipes em 2010, por conta do rombo financeiro e dificuldades enfrentadas pela Scott.

“A parceria foi muito boa ao longo dos anos, mas a situação chegou num ponto muito difícil. Ajudei o máximo a equipe ao longo dos anos, sempre acreditei no projeto e torço para que as coisas possam mudar e que dêem a volta por cima”, afirmou Nilceu dos Santos.

“Todos enfrentamos a mesma situação. Da metade do ano para frente às coisas complicaram. Ficamos no aguardo, sempre ouvimos o Carlinhos e acreditamos na solução dos problemas, mas isso não ocorreu”, emendou o sprinter, que aguarda por uma carta de liberação por parte do ex-técnico.

Magno Nazaret seguirá o mesmo caminho de Nilceu, e após o período na Scott, seguiram como companheiros – agora correndo por Pinda. O atleta que defendeu as cores do Brasil no último Campeonato Mundial, mostrou-se inconformado com a situação.“São mais de três meses de salários atrasados. Nós devemos cumprir com o contrato, mas eles não? Não tivemos respaldo e o Carlinhos ainda quer segurar os atletas”, revelou.

Nazaret ressaltou que foram diversas conversas com o treinador, mas nenhuma delas surtiu efeito. O último prazo para uma resolução foi no último dia 20 de agosto, porém, mais uma vez não houve acerto.

“Hoje estamos no dia 26. Escutei nos últimos 26 dias a mesma coisa: estou com seu salário em mãos. Ele diz que alguns patrocinadores deixaram o time, mas não revela nomes, não sabemos de nada. Estou cansado de ouvir promessas e nada.”

Para ele, o projeto apresentado no início do ano gerou grande expectativa por parte do elenco, no entanto, acabou não se concretizando. Luciano Pagliarini e Jorge Giacinti foram alguns dos nomes que chegaram à equipe.

“Uma sede da equipe na Europa e diversos patrocinadores foram prometidos: Claro, Johnson, Volkswagen. No fim das contas acabamos todos prejudicados e em dificuldades”, disse Magno, que luta para conseguir sua liberação junto a Scott e, assim, defender o time de Pindamonhangaba.

De acordo com o ciclista, existe uma cláusula no contrato que revela – em caso de atraso de salários, não fornecimento de equipamentos e verbas para as viagens, os atletas podem recorrer seus direitos, já que parte do acordo não foi cumprida.

“Já me reuni com o advogado e vou entrar com um processo no Tribunal Arbitral, que deve se manifestar em no máximo dez dias. Ainda tenho esperanças de competir a Volta de São Paulo”, encerrou.

Natália de Lima acerta com São Caetano

A jovem Natália de Lima, de 24 anos, foi outra atleta que já traçou seu futuro em relação ao ciclismo. Ela comunicou ao técnico José Carlos de Monteiro sua saída da Scott e retorna ao seu ex-time – Kuruma/ São Caetano do Sul.

Natália afirmou que aguarda um posicionamento de Carlinhos até o final dessa semana relacionado à liberação. Seu desejo é o de competir o mais rápido possível. Caso não consiga, irá recorrer a Justiça. “Ele tem que liberar. Não pode segurar o atleta dessa forma”, salientou a ciclista, que está com quatro meses de salário atrasado.

Para ela, a situação chegou ao limite nos Jogos Regionais, quando os atletas se reuniram com o treinador e cobraram um posicionamento, o que não aconteceu. Natália recebeu como garantia uma bicicleta de contrarrelógio, mas até agora não teve uma resposta e deseja saber seu futuro.

“Temos contas para pagar. É algo que todos atravessam e muitos estão buscando uma solução. Tínhamos diversas ambições, mas acabamos assim. Espero resolver minha situação o mais rápido possível e seguir com minha carreira.”
 

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