Bulgarelli (esquerda) e Giovanni Visconti
No próximo dia 19 de setembro começa mais uma edição do Campeonato Mundial de Ciclismo, na cidade de Copenhague (Dinamarca). Com uma equipe renovada e uma nova comissão técnica, a delegação brasileira não terá seu principal ciclista na competição: Murilo Fischer, que sofreu uma fratura na mão esquerda durante a Vuelta a España.
Para o lugar do catarinense, Hernandes Quadri Jr chamou o ciclista Otavio Bulgarelli, de 26 anos, e que atualmente compete pela Farnese-Vini, da Itália. Será a primeira participação de Bulgarelli em um Mundial. Em 2007, no Rio de Janeiro, ele integrou a equipe de estrada e foi um dos gregários para a medalha de bronze de Luciano Pagliarini no Pan-Americano.
Em entrevista ao Prólogo, Bulga – como é chamado no pelotão – falou sobre a responsabilidade de substituir Fischer e a expectativa de disputar seu primeiro Mundial, reforçou seu desejo de permanecer no continente europeu e não escondeu: aspira vôos mais altos no próximo ano.
Prólogo : Quando soube da convocação? Foi uma surpresa?
Otavio Bulgarelli : Fui informado na segunda-feira. Infelizmente o Murilo Fischer fraturou a mão. Foi uma perda considerável para o time brasileiro, que teoricamente estaria escalado com ele, Gregory (Panizo) e o Rafael (Andriato). Mas fiquei contente por ser lembrado pelo Hernandes. É a realização de um sonho. Muitas vezes o Mauro Ribeiro (ex-técnico da seleção brasileira) disse que cheguei perto, mas acabava ficando de fora por conta do circuito não ser favorável ou por estar em um mau momento exatamente próximo à competição.
P: Qual sua expectativa em nível de performance?
O.B: Tive uma temporada muito longa e desgastante pela Farnese-Vini. Foram muitas provas. Estou cansado física e mentalmente, mas a convocação dá um gás enorme e não preciso dizer que é uma motivação extra para me esforçar e fazer meu melhor na Dinamarca.
P: E seu primeiro ano na Farnese-Vini...
O.B: Foi uma temporada interessante; um ano de experiência para mim. Começamos com o pé direito na Volta da Malásia, onde o Andrea Guardini se destacou e conquistou muitas vitórias por etapa. Foi uma surpresa para todos. Tivemos muitas provas, todas com um nível elevado. Me dediquei muito a equipe com a função de ajudar e trabalhar em prol dos objetivos, mas tive pouca chance de figurar ou buscar um algo mais. Sou o primeiro gregário do Guardini. Nas etapas de montanha, por exemplo, o foco era auxiliá-lo, já que é um velocista nato e tem dificuldades como a maioria dos sprinters. Avalio como um ano bom de modo geral.
P: Segue na equipe em 2012?
O.B: Não tenho contrato para o próximo ano. A Farnese-Vini já mostrou interesse em permanecer comigo, mas vou pensar com calma sobre isso. Eles me querem, mas é para seguir com o mesmo trabalho executado este ano. É uma situação delicada. Posso seguir com eles e me manter no nível atual, assim como posso me tornar líder daqui alguns anos. Meu foco, neste momento, está no Mundial. Quero fazer uma grande corrida, pois é muito importante para o ciclismo brasileiro.
P: Em relação a sonagens, foi procurado por outros times?
O.B: Sim. Já recebi algumas sondagens, mas não existe nada concreto neste momento. Prefiro não revelar nomes, mas posso afirmar que os interesses partem de times italianos. Mas como já disse, agora é pensar no Campeonato Mundial. Sinto que estou subindo um degrau de cada vez e isso é importante, mas vou projetar com calma meu futuro.
P: Quando viaja ao Brasil?
O.B: Viajo ao Brasil no fim desta semana. Tenho compromisso com o secretário de Esportes da minha cidade entre os dias 15 e 16 de setembro. Depois embarco junto com o Hernandes e o Gregory para Copenhague. Após o Mundial, retorno à Itália, onde sigo competindo até a época do Giro da Lombardia. Já conversei com o técnico da equipe. Ele mesmo reconheceu que foram muitas provas em 2011. Então, pós-Lombardia, terei férias e será o momento de pensar na próxima temporada.
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